tag:blogger.com,1999:blog-16390627973472252472024-03-19T17:03:03.848-03:00Dag BaboBEM VINDOS!Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comBlogger22125tag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-53592842030967848722009-09-22T12:53:00.007-03:002009-09-22T14:46:32.364-03:00Dança de Roda pela Paz Mundial na S.Marcos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU95VhU-SVrm0PKEfv3QjbH8oD1nZaqXOKHGJWY2ZVw4NnPz67x5-VRrZQjPfJ3AIjtKIKjR2GoZI769IMkRhxgpWf2hiJFao9JggjziqzV7NeppMw2l6AVW9wKBgVq6eU46XH5jNZ8T-1/s1600-h/33.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU95VhU-SVrm0PKEfv3QjbH8oD1nZaqXOKHGJWY2ZVw4NnPz67x5-VRrZQjPfJ3AIjtKIKjR2GoZI769IMkRhxgpWf2hiJFao9JggjziqzV7NeppMw2l6AVW9wKBgVq6eU46XH5jNZ8T-1/s320/33.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5384321705334606770" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIL1rMRlCRB98-LH92LroYEMiW92RYUXyhZE9hjHsCR23hSSUexkdMvJ-4WrckhGvhjI0xUeTljYcBZJdYYLnC5LZh4a39lPMZIMXnWIiFQsEkahQTgC3rjm926TrG2RWt-Si65jbBOYjY/s1600-h/s.marcos25.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIL1rMRlCRB98-LH92LroYEMiW92RYUXyhZE9hjHsCR23hSSUexkdMvJ-4WrckhGvhjI0xUeTljYcBZJdYYLnC5LZh4a39lPMZIMXnWIiFQsEkahQTgC3rjm926TrG2RWt-Si65jbBOYjY/s320/s.marcos25.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5384321532557764658" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbN4Gl-TKXlxEFzCNGsmvPf8Q5JFym_TSYnr32pIFBPBwPp3iRPUq28u4gEVZ2whM0K5fYIMXz_kkv7kjqOis5yUPdI4hDFd_Srw_RFXDPSIK4X6XpyKANiC3RSMq1abBa93AEeqaz7SKK/s1600-h/39.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbN4Gl-TKXlxEFzCNGsmvPf8Q5JFym_TSYnr32pIFBPBwPp3iRPUq28u4gEVZ2whM0K5fYIMXz_kkv7kjqOis5yUPdI4hDFd_Srw_RFXDPSIK4X6XpyKANiC3RSMq1abBa93AEeqaz7SKK/s320/39.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5384321333736408882" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4S6VVq7_WqcN78-vdJ3k7hpBRuSDNGuRAdZWAT08vsEX57jaxrE9OCnRsWjFHphyqiTp57O7uSoffUHq_gkItoDpqcYa3GuwkAyxC1KTwATZWcE2CO00lI40kL7MUbqI9iIISALDIsEep/s1600-h/s.marcos23.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4S6VVq7_WqcN78-vdJ3k7hpBRuSDNGuRAdZWAT08vsEX57jaxrE9OCnRsWjFHphyqiTp57O7uSoffUHq_gkItoDpqcYa3GuwkAyxC1KTwATZWcE2CO00lI40kL7MUbqI9iIISALDIsEep/s320/s.marcos23.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5384321192618517666" /></a><br /> realizada em 21/09/09 uma roda pela Paz Mundial na S.Marcos<br /><br />muito obrigado a todos participantes desta RodaDag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-27343004296852578992009-09-19T14:43:00.001-03:002009-09-19T14:43:39.925-03:00Há MomentosHá momentos na vida em que sentimos tanto<br />a falta de alguém que o que mais queremos<br />é tirar esta pessoa de nossos sonhos<br />e abraçá-la.<br /><br />Sonhe com aquilo que você quiser.<br />Seja o que você quer ser,<br />porque você possui apenas uma vida<br />e nela só se tem uma chance<br />de fazer aquilo que se quer.<br /><br />Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.<br />Dificuldades para fazê-la forte.<br />Tristeza para fazê-la humana.<br />E esperança suficiente para fazê-la feliz.<br /><br />As pessoas mais felizes<br />não têm as melhores coisas.<br />Elas sabem fazer o melhor<br />das oportunidades que aparecem<br />em seus caminhos.<br /><br />A felicidade aparece para aqueles que choram.<br />Para aqueles que se machucam.<br />Para aqueles que buscam e tentam sempre.<br />E para aqueles que reconhecem<br />a importância das pessoas que passam por suas vidas.<br /><br />O futuro mais brilhante<br />é baseado num passado intensamente vivido.<br />Você só terá sucesso na vida<br />quando perdoar os erros<br />e as decepções do passado.<br /><br />A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar<br />duram uma eternidade.<br />A vida não é de se brincar<br />porque um belo dia se morre.<br /><br /><br />Clarice LispectorDag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-62841991312781524882009-01-26T13:36:00.000-02:002009-01-26T13:37:27.997-02:00FELICIDADE REALISTAA princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá d entro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade <br /><br />Mario QuintanaDag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-85838461863441856092009-01-26T13:31:00.000-02:002009-01-26T13:32:30.266-02:00Clarice por Clarice 8“Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-71239820222377089282009-01-26T13:10:00.001-02:002009-01-26T13:10:45.567-02:00Clarice Lispector <br /><br />Precisão<br /><br />O que me tranquiliza <br />é que tudo o que existe, <br />existe com uma precisão absoluta. <br />O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete <br />não transborda nem uma fração de milímetro <br />além do tamanho de uma cabeça de alfinete. <br />Tudo o que existe é de uma grande exatidão. <br />Pena é que a maior parte do que existe <br />com essa exatidão <br />nos é tecnicamente invisível. <br />O bom é que a verdade chega a nós <br />como um sentido secreto das coisas. <br />Nós terminamos adivinhando, confusos, <br />a perfeição.Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-66414715550511076532009-01-26T12:25:00.000-02:002009-01-26T12:26:37.208-02:00"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. <br />Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. <br />Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. <br />É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. <br />É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. <br />Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.<br />É saber falar de si mesmo. <br />É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.<br />Pedras no caminho? <br />Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."<br /><br />Fernando PessoaDag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-61818107629526297532009-01-26T12:02:00.001-02:002009-01-26T12:02:53.212-02:00TabacariaTABACARIA (15-1-1928 ) <br />Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) <br /><br /><br />Não sou nada. <br />Nunca serei nada. <br />Não posso querer ser nada. <br />À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. <br /><br />Janelas do meu quarto, <br />Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é <br />(E se soubessem quem é, o que saberiam?), <br />Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, <br />Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, <br />Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, <br />Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres <br />Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens. <br />Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. <br />Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. <br />Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, <br />E não tivesse mais irmandade com as coisas <br />Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua <br />A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada <br />De dentro da minha cabeça, <br />E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. <br /><br />Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. <br />Estou hoje dividido entre a lealdade que devo <br />À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, <br />E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. <br /><br />Falhei em tudo. <br />Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. <br />A aprendizagem que me deram, <br />Desci dela pela janela das traseiras da casa. <br />Fui até ao campo com grandes propósitos. <br />Mas lá encontrei só ervas e árvores, <br />E quando havia gente era igual à outra. <br />Saio da janela, sento-me numa cadeira. <br />Em que hei de pensar? <br /><br />Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? <br />Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa! <br />E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! <br />Gênio? Neste momento <br />Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu , <br />E a história não marcará, quem sabe?, nem um, <br />Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. <br />Não, não creio em mim. <br />Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! <br />Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? <br />Não, nem em mim... <br />Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo. <br />Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando. <br />Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - <br />Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, <br />E quem sabe se realizáveis, <br />Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? <br />0 mundo é para quem nasce para o conquistar <br />E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. <br />Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. <br />Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, <br />Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. <br />Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, <br />Ainda que não more nela; <br />Serei sempre o que não nasceu para isso; <br />Serei sempre só o que tinha qualidades; <br />Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta, <br />E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, <br />E ouviu a voz de Deus num paço tapado. <br />Crer em mim? Não, nem em nada. <br />Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente <br />0 seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, <br />E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. <br />Escravos cardíacos das estrelas, <br />Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama; <br />Mas acordamos e ele é opaco, <br />Levantamo-nos e ele é alheio, <br />Saímos de casa e ele é a terra inteira, <br />Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido. <br /><br />(Come chocolates, pequena; Come chocolates! <br />Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. <br />Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. <br />Come, pequena suja, come! <br />Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! <br />Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho, <br />Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.) <br />Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei <br />A caligrafia rápida destes versos, <br />Pórtico partido para o Impossível. <br />Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, <br />Nobre ao menos no gesto largo com que atiro <br />A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas, <br />E fico em casa sem camisa. <br /><br />(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas, <br />Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, <br />Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, <br />Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, <br />Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, <br />Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, <br />Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -, <br />Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! <br />Meu coração é um balde despejado. <br />Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco <br />A mim mesmo e não encontro nada. <br />Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. <br />Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, <br />Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, <br />Vejo os cães que também existem, <br />E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, <br />E tudo isto é estrangeiro, como tudo.) <br />Vivi, estudei, amei, e até cri, <br />E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. <br />Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, <br />E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses <br />(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); <br />Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo <br />E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente. <br /><br />Fiz de mim o que não soube, <br />E o que podia fazer de mim não o fiz. <br />0 dominó que vesti era errado. <br />Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. <br />Quando quis tirar a máscara, <br />Estava pegada à cara. <br />Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. <br />Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. <br />Deitei fora a máscara e dormi no vestiário <br />Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo <br />E vou escrever esta história para provar que sou sublime. <br /><br />Essência musical dos meus versos inúteis, <br />Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse <br />E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, <br />Calcando aos pés a consciência de estar existindo, <br />Como um tapete em que um bêbado tropeça <br />Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada. <br /><br />Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. <br />Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada <br />E com o desconforto da alma mal-entendendo. <br />Ele morrerá e eu morrerei. <br />Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos. <br />A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também. <br />Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, <br />E a língua em que foram escritos os versos. <br />Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. <br />Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente <br />Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, <br />Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra , <br />Sempre o impossível tão estúpido como o real, <br />Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, <br />Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. <br />Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?) <br />E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. <br />Semiergo-me enérgico, convencido, humano, <br />E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário. <br /><br />Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los <br />E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. <br />Sigo o fumo como uma rota própria, <br />E gozo, num momento sensitivo e competente, <br />A libertação de todas as especulações <br />E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto. <br /><br />Depois deito-me para trás na cadeira <br />E continuo fumando. <br />Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando. <br /><br />(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira <br />Talvez fosse feliz.) <br />Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou á janela. <br /><br />0 homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). <br />Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica. <br />(0 Dono da Tabacaria chegou á porta.) <br />Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. <br />Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo <br />Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da tabacaria sorriu. <br /><br /><br />In Pessoa, F. (1981): Obra Poética, Rio de Janeiro: Ed. Aguilar.Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-59194811009945353402008-12-12T13:28:00.000-02:002008-12-12T13:31:09.611-02:00A loucura interrompida nas malhas da subjetividadeO autor vai abordar questões referentes ao processo de reforma psiquiátrica em curso no país no que diz respeito à transformação das estruturas asilares e das práticas de cuidados para com a loucura. <br /><br />A partir de uma discussão de loucura e subjetividade numa perspectiva ético-estética-política vai levantar questões contextuais sobre mudanças de funções sociais, tais como as de hospitais ao longo dos anos, que num primeiro momento eram instituições de caridade e que aos poucos se tornaram uma “terceira ordem de repressão” onde todos aqueles que não eram aceitos socialmente dentro de um determinado padrão moral ou que causavam algum perigo eram internados, isolados. Buscava-se com este confinamento produzir um sujeito dócil politicamente com forças econômicas, afetivas e morais que se agregassem ao capital (Rosa, 1997). <br /><br />Através do trabalho de Pinel a Psiquiatria nasce como reforma, seguindo os ideais de libertação e modernização da Revolução Francesa e acompanhando o surgimento da declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Desta forma, a psiquiatria pineliana vai trabalhar com a idéia de um tratamento moral calcado na crença do estabelecimento da cura mental. A experiência da loucura passa a ser encoberta pelo discurso psiquiátrico anátomo-patológico, ao invés de ser mais revelada, ou melhor, conhecida. Trata-se apenas de um significado: doença mental, não se levando em conta o sujeito e suas especificidades. <br /><br />O dispositivo manicomial oferece referências identitárias que se apresentam como limitadas, homogêneas, patologizadas, produtoras da alienação. <br /><br />Após o período das guerras mundiais os Estados modernos tomaram a responsabilidade de intervir nos problemas sociais e reconstruir o que havia sido devastado. Em alguns países a desinstitucionalização transfigurou-se em uma desospitalização intervindo no ideal psiquiátrico de uma superação gradativa do manicômio. <br /><br />É nesta época também que vai ocorrer o refinamento na produção de psicofármacos (a partir da década de 1950), permitindo assim novas formas de tratamento sem a necessidade de enclausuramento manicomial. Pode-se acrescentar a isto a criação de ambulatórios e outras estratégias assistenciais que materializam a possibilidade de gerir a terapêutica sem necessariamente ocorrer nos manicômios. <br /><br />Deste processo pode-se agrupar os serviços especializados em três tipos: o modelo médico (administração de psicofármacos), modelo de auxílio social (busca agir sobre as condições materiais das pessoas) e o de escuta terapêutica (psicoterapia). <br /><br />Em se tratando do Brasil, temos fortes entraves para o processo de desinstitucionalização, onde se observa uma ênfase desproporcional no financiamento público das ações de hospitais psiquiátricos, enquanto os serviços de atenção diária, substitutivos ou outros dispositivos extra-hospitalares apenas dispõe de cerca de 10% desse montante, além da falta de recursos humanos e a não redução da ocupação de leitos em hospitais psiquiátricos. <br />O autor procede sua investigação sob um prisma em que a Reforma Psiquiátrica não se restringe à humanização das relações com os portadores de sofrimento mental ou modernização tecnocientífica dos serviços, mas diz respeito à construção de um novo lugar social para a loucura, novas formas de lidar com a diferença. <br /><br />A contemporaneidade aciona um complexo agenciamento “capitalístico” que atua pelo empobrecimento do nosso repertório subjetivo (economia do desejo) na media em que expiamos a loucura para os doentes mentais. Pelbart argumenta que o louco, enquanto um personagem social produzido pelo saber médico e psicológico do séc. XVII, recebeu o encargo simbólico de corporificar a loucura (1990). Apesar das significativas transformações quanto ao trato com a loucura, o autor chama atenção para uma dimensão que paralelamente obstrui novos avanços, o que se trataria dos nossos “desejos de manicômio” (Machado e Lavrador, 2001). <br /><br />Ainda nos dias de hoje a loucura tem sido potencializada como diferença, identificada como erro e descontrole sem se considerar o sofrimento concreto destas pessoas, imaginando-se desnecessário algum tipo de atenção. <br /><br />Existem diversos desafios da gestão de uma rede de atenção em saúde mental (SM) para o cuidar em liberdade, entre eles investimentos insuficientes, aumento da demanda, diminuição ainda tímida dos gastos com internação psiquiátrica, poucos serviços substitutivos e um imaginário social calcado no preconceito/rejeição em relação à loucura. <br /><br />Também são diversos os avanços da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Na discussão do campo, a trajetória recente desta reforma pode ser definida e conduzida pela noção de cidadania, no momento em que há o reclame da cidadania do louco, o movimento desdobrou-se em um amplo e diversificado escopo de práticas e saberes (Tenório, 2002: 30).<br /><br />A autonomia também é um lugar de destaque neste movimento e freqüentemente é considerada o que de mais importante o processo de tratamento tem a produzir. É uma representação imediata da liberdade humana. É um valor que qualifica e caracteriza o humano e afirma o indivíduo como um princípio (Leal, 2001). <br /><br />O autor vai dizer que se trata de uma luta pela emancipação, não meramente política, mas antes de tudo uma emancipação pessoal, social, cultural que permita, entre outras coisas, o não-enclausuramento de tantas formas de existência banidas do convívio social. <br /><br />São levantadas também questões referentes às instituições de cuidados em saúde mental, que seriam um deslocamento do modelo assistencial do manicômio para o território. e vai dizer que tais serviços se constroem a partir da noção de que o cuidado nesta área requer uma ampliação “no sentido de ser também uma sustentação cotidiana da lida diária do paciente, inclusive nas suas relações sociais” (Tenório, 2002: 31-32). “Consistem em uma ampliação tanto da intensidade dos cuidados quanto de sua diversidade, ou seja, condições inexistentes nos ambulatórios e hospitais psiquiátricos” (Goldberg, 1994). <br /><br />È importante que estes serviços “engajem tanto os níveis mais singulares da pessoa quanto os níveis mais coletivos” (Costa-Rosa, Luzio e Yasui, 2003).<br /><br />As cidades são pensadas como imensas máquinas produtoras de subjetividade por meio de equipamentos materiais e imateriais. <br /><br />Temos que considerar que as novas modalidades terapêuticas não garantem, por si mesmas, a superação do desejo que carregamos de exclusão e de exploração (desejo de manicômios). <br /><br />Se faz necessário um trabalho de desmistificação da loucura e de preparação dos agentes cuidadores e da sociedade como um todo para que seja possível a promoção de autonomia, inclusão social e aceitação no convívio social das pessoas portadoras de sofrimento mental. <br /><br />Desinstitucionalizar não tem fim, não tem modelo ideal, precisa ser inventado incessantemente. Trata-se de um exercício cotidiano de reflexão e crítica sobre os valores estabelecidos como naturais ou verdadeiros, que diminuem a vida e reproduzem a sociedade excludente na qual estamos inseridos. Trata-se de um outro modo de estar na vida e, como tal, de produzir práticas em saúde. <br /><br />É preciso construir a nós mesmos como sujeitos éticos: ampliar o exercício da invenção, da inconformação, da transformação, da transformação, de ativação de coeficientes de resistências. É não só criar equipamentos, equipes e serviços, mas desenvolver outras práticas culturais, outras formas de sentir, de viver, de amar, onde a loucura deixe de ser exterior a nós e possa ser sentida como própria à vida. <br /><br /><br />O artigo trata de questões culturais, estruturais, formas de pensamento e visões enraizadas quanto à loucura e as formas de cuidado em saúde mental. É importante que o interessando em atuar nesta área conheça a história da loucura e os movimentos da reforma psiquiátrica. É importante que leve em consideração o sujeito portador do sofrimento mental, suas questões, aflições e dificuldade. È possível encontrar formas de interação e novas formas de inclusão, até que se consiga uma transformação na forma de se encarar a loucura. Talvez uma forma que não assuste tanto, que não a deixe tão exteriorizada. <br /><br /><br />Porque não construir uma teoria da subjetividade? (Suely Rolnik)<br /> Um exemplo de cidades subjetivas são os CAPS. <br /><br />(resumo de Adriana, Vitor,Joyce)Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-40001055068759203932008-12-07T22:06:00.000-02:002008-12-07T22:08:19.787-02:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6hJImTyLimwi0PuSD02wQYGwTVGasiclDQ44I5PmaT-Tkm2xBCmKOCAJXzTmqGgzwfmeDoyzieqwwgdBm3nh9GF1A_QnK00McTnvSVq_E80eADJaLa4gJvTpm3BFXK11yGmqkSmZkTdEt/s1600-h/aquarela+1.bmp"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 233px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6hJImTyLimwi0PuSD02wQYGwTVGasiclDQ44I5PmaT-Tkm2xBCmKOCAJXzTmqGgzwfmeDoyzieqwwgdBm3nh9GF1A_QnK00McTnvSVq_E80eADJaLa4gJvTpm3BFXK11yGmqkSmZkTdEt/s320/aquarela+1.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5277204070038889314" /></a><br />AQUARELA ENVELHECIDA<br /><br />Envelhecer é o único meio de viver muito tempo.<br />A idade madura é aquela na qual ainda se é jovem, porém com muito mais esforço.<br />O que mais me atormenta em relação às tolices de minha juventude, não é ter cometido e sim não poder voltar a comete-las.<br />Envelhecer é passar da paixão para a compaixão, muitas pessoas não chegam nos oitenta porque perdem muito tempo tentando ficar nos quarenta.<br />Aos vinte anos reina o desejo, aos trinta a razão, aos quarenta juízo.<br />O que não é belo aos vinte, forte aos trinta, rico aos quarenta, nem sábio aos cinqüenta, nunca será belo nem forte nem rico nem sábio.<br />Quando se passa do sessenta são poucas as coisas que nos parece absurdas.<br />Os jovens pensam que os velhos são bobos, os velhos sabem que os jovens o são.<br />A maturidade do homem é voltar a encontrar a serenidade como aquela que se usufruía quando se era menino.<br />Nada passa mais depressa que os anos<br />Quando era jovem dizia:<br />Veras quando tiver cinqüenta anos, tenho cinqüenta anos e não estou vendo nada.<br />Nos olhas dos jovens arde a chama, nos olhos dos velhos brilha a luz.<br />A iniciativa da juventude vale tanto quanto a experiência dos velhos.<br />Sempre há um menino em todos os homens<br />A cada idade lhe cai bem, uma conduta diferente.<br />Os jovens andam em grupos<br />Os adultos em pares<br />E os velhos andam sozinhos<br />Feliz é quem foi jovem em sua juventude, e feliz é quem foi sábio em sua velhice.<br />Todos desejamos chegar a velhice e todos negamos que tenhamos chegado.<br />Não entendo isso dos anos. Que, todavia é bom vive-lo, não tê-lo.Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-8509570761016731182008-12-01T16:52:00.001-02:002008-12-01T16:55:55.204-02:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaY5Hf8bFZRhxbABnhdT64vvDvC1qO391bZ6aOzTSglQEq_F9uSmt2_HpvMDsxFt3xiFlpfOBXz2bhnfj4RCyBHLPLT4DXktSI1tAbbHy6f74tWo_AG3rO7NeJia9E_Wy7NrUptEAp4Oj1/s1600-h/ATgAAAAsFhZLUK1DBomSNDWfzqMBn3ShLCA2Pts3tpgekBgGkCB5G7zRDVRDcQv7deALEXhLVFe0jucnuFGCQHeOboBwAJtU9VAtnsx47RFC6J7aJSbqMy022hcfow.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaY5Hf8bFZRhxbABnhdT64vvDvC1qO391bZ6aOzTSglQEq_F9uSmt2_HpvMDsxFt3xiFlpfOBXz2bhnfj4RCyBHLPLT4DXktSI1tAbbHy6f74tWo_AG3rO7NeJia9E_Wy7NrUptEAp4Oj1/s320/ATgAAAAsFhZLUK1DBomSNDWfzqMBn3ShLCA2Pts3tpgekBgGkCB5G7zRDVRDcQv7deALEXhLVFe0jucnuFGCQHeOboBwAJtU9VAtnsx47RFC6J7aJSbqMy022hcfow.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5274896669767889074" /></a><br /><br /><br />CERTIFICADO DA AMIZADE<br /><br /> Se eu pudesse agarrar um arco-íris<br /> Eu o pegaria só para você <br /> E compartilharia com você a sua beleza <br /> Nos dias em que você se sentisse triste <br /> Se eu pudesse construir uma montanha <br /> Você poderia chamá-la de só sua <br /> Um lugar para encontrar serenidade <br /> Um lugar para estar sozinho<br /> Se eu pudesse pegar seus problemas <br /> Eu os jogaria no mar <br /> Mas todas estas coisas em que eu estou pensando <br /> São impossíveis para mim <br /> Eu não posso construir uma montanha <br /> Ou pegar um belo arco-íris <br /> Mas deixe-me ser o que eu sei de melhor <br /> Um amigo que está sempre por perto<br /><br /> Autor desconhecido <br /><br />mesmo os que não puderam estar presente...<br />acreditem voces estavam em meus pensamentosDag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-68925064733099204282008-11-30T21:36:00.002-02:002008-11-30T21:40:35.195-02:00Filmes de Tema PsiEstes dois sites foram recomendados pelo nosso colega Reynaldo.<br />Trazem filmes completos para download, com bons temas relacionados à psicologia, além de roteiros inteligentes.<br /><br /><br /><a href="http://cinemacultura.blogspot.com/">http://cinemacultura.blogspot.com/</a><br /><br /><a href="http://psicoo.blogspot.com/">http://psicoo.blogspot.com/</a><br /><br /><br />Muito útil e gratuito.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-6351134344868267652008-11-27T12:18:00.000-02:002008-11-27T12:19:32.077-02:00Uma leitura de:Patrimônio e ambiente da loucura: a formação do profissional de saúde mental e o diálogo com a vida da cidade (OLIVEIRA, Walter F. de; DORNELES, Patrícia).<br /><br />Os autores apresentam temas discutidos no 1º Seminário Patrimônio e Ambiente da Loucura, realizado em 2001, no qual se abordou aspectos como o espaço de inclusão da loucura na vida da cidade e a formação e o papel dos profissionais na mudança de paradigmas em saúde mental.<br /><br />A partir da redefinição do que é patrimônio - entendido aqui como o conjunto dos bens materiais e intangíveis e simbólicos de um povo (incluídas aqui sua subjetividade e identidade), inseparáveis de sua história - e do que pode ser compreendido por ambiente, definido como “espaço físico e existencial” onde ocorrem todas as relações entre seres, tanto biológicas quanto políticas, afetivas e comerciais, torna-se possível compreender a questão da loucura, ainda que imposta por meio da exclusão, como parte integrante da vida urbana. É discutido o patrimônio histórico da doença mental, cujo ambiente, desde o período pós-renascentista (Foucault, 1999), é estanque, dissociado do contexto das cidades, e caracterizado pelas instituições manicomiais.<br /><br />É justamente contra esse estado de coisas que se colocam os autores que, com base na obra de Guattari (2001), propõem a interface entre as dimensões psicológica e estética na formação e atuação dos profissionais de saúde mental. Guattari considera que, na contemporaneidade, as relações sociais e interpessoais estão deteriorando-se, do mesmo modo que se deteriora a relação entre a humanidade e o meio-ambiente. Para reverter este quadro, propõe uma ecosofia, composta por três ecologias: a social, a mental e a ambiental. Desta forma, preconiza a reconfiguração das maneiras do ser-em-grupo, assim como das relações corpo-mente e com a subjetividade em geral. Ele afirma que só a rearticulação destes três registros fundamentais da ecologia poderá neutralizar a intolerância contra os diferentes, combatendo a exclusão. Fica evidente aqui a relevância e responsabilidade ética dos profissionais “psi” neste processo de reconstrução, assim como a de “todos aqueles que estão em posição de intervir nas instâncias psíquicas individuais e coletivas (através da educação, saúde, cultura, esporte, arte, mídia, moda, etc)” (Guattari, 2001, p.21).<br /><br />Porém, como exigir dos profissionais da saúde mental este tipo de postura, se a sua prática ainda é feita segundo uma “dinâmica de monólogos” que impede o respeito pela diversidade e a valorização do diferente? Os autores apontam que, apesar de um discurso pedagógico progressista e reformador, o currículo oculto dos cursos de formação trabalha para a manutenção da discriminação, sem ouvir opiniões diversas àquelas já consolidadas. Os profissionais acabam por assumir um lugar de saber que impede a implantação de um sistema efetivamente terapêutico. Ainda que a reforma psiquiátrica busque substituir as instituições totais por outros serviços de saúde mental, mais humanizados e humanizantes, a lógica que prevalece na formação e prática dos profissionais ainda é a manicomial.<br /><br />Os autores defendem que é necessário um trabalho estrutural de promoção do diálogo, de escuta do humano com todas as suas idiossincrasias, dentre as quais se encontra a loucura. Uma das possibilidades mais promissoras para a promoção de uma dinâmica dialógica é a derrubada das barreiras entre áreas de atuação, através daquilo que Morin (2003) chama de polidisciplinaridade. Segundo ele, “há inadequação cada vez mais ampla, profunda e grave entre os saberes separados, fragmentados, compartimentados entre disciplinas, e, por outro lado, realidades ou problemas cada vez mais polidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais, planetários” (p.13). Para Morin, a fragmentação do saber “atrofia as possibilidades de compreensão e de reflexão, eliminando assim as oportunidades de um julgamento corretivo ou de uma visão a longo prazo” (p.14). Seguindo esta lógica, como tratar uma problemática tão ampla e com tantas implicações como a doença mental como um campo isolado, exclusivo das áreas “psi”, sem empobrecer a relação terapêutica?<br /><br />O artigo levanta questões cruciais àqueles que pretendem lidar com algo tão delicado e subjetivo como o sofrimento humano. Como atuar de forma sensível, a partir de um modelo que não mais reproduza as práticas consolidadas até aqui, exige de nós a capacidade de agir sobre a realidade, criativa e criticamente.<br /> <br /><br />Referências<br /><br />FOUCAULT, Michael. História da loucura. São Paulo: Perspectiva, 1999.<br /><br />FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 1981. Online. Disponível em:<a href="http://www.esnips.com/doc/21f66ea8-b167-4f98-aac7-639996220cfc/Paulo-Freire---A%C3%A7%C3%A3o-Cultural-para-Liberdade-(pdf)">http://www.esnips.com/doc/21f66ea8-b167-4f98-aac7-639996220cfc/Paulo-Freire---A%C3%A7%C3%A3o-Cultural-para-Liberdade-(pdf)</a> Acesso em : 27 out 2008.<br /><br />GUATTARI, Félix. As três ecologias. Campinas: Papirus, 2001.<br /><br />MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-86203243481608127042008-10-21T10:05:00.003-02:002008-10-21T10:11:17.893-02:00O Fantástico Mundo de BobOlá!<br />Encontrei um link para o desenho sobre o qual a Profª Silvana falou ontem, relacionado ao estágio operatório concreto de Piaget: http://br.youtube.com/watch?v=jxdDRuCzCT0&feature=related (1ª parte - os links para as demais vocês encontram na própria página da 1ªparte).<br />É interessante prestar atenção principalmente no trecho que está em 5:50 min. e no início da segunda parte.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-38929272865870207402008-10-07T15:56:00.001-03:002008-10-07T15:56:55.685-03:00PLANO DE ESTUDO DO PROF. ANDREDagmar,<br /><br />Tudo bem? Encaminho um roteiro de estudos para a primeira avaliação da disciplina Psicopatologia do Adulto.<br /><br />Serão 10 questões objetivas, valendo 1,0 ponto cada uma.<br /><br />Sugiro estudarem:<br /><br /> - anotações da primeira aula, em que estudamos as bases epistemológicas das Psicopatologias e suas diferenças (Psiquiatria e Psicanálise),e também o texto "O diagnóstico na psicanálise: da clínica dos fenômenos à clínica das estruturas" - Ondina Maria Rodrigues Machado.<br /><br />- o processo de Constituição da Subjetividade (os três tempos do Édipo) conforme as anotações em aula e os textos do livro - Introdução ao "Estudo das Perversões: a teoria do Édipo em Freud e Lacan (até o Edipo III, incluindo também o capítulo sobre o conceito de Falo em Freud e Lacan)".<br /><br />- as questões do diagnóstico diferencial na clínica da Psiquiatria e na clínica da Psicanálise (também anotações em aula e o texto da Ondina Maria Rodrigues Machado).<br /><br /><br />Ressalto que na avaliação não será solicitada a reprodução de conceitos, mas a aplicabilidade destes conceitos no raciocínio do aluno; portanto, não é "decoreba". Tentem absorver a compreensão dinâmica destes conceitos, pois articularão os mesmos em um exercício lógico de raciocínio.<br /><br />Se estudarem, acredito que a avaliação será tranquila.<br /><br />Bom estudo!<br /><br />André LuizDag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-90743317220969476992008-09-24T23:10:00.000-03:002008-09-24T23:11:07.653-03:00A MOMENTOSHá momentos na vida em que sentimos tantoa falta de alguém que o que mais queremosé tirar esta pessoa de nossos sonhose abraçá-la.Sonhe com aquilo que você quiser.Seja o que você quer ser,porque você possui apenas uma vidae nela só se tem uma chancede fazer aquilo que se quer.Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.Dificuldades para fazê-la forte.Tristeza para fazê-la humana.E esperança suficiente para fazê-la feliz.As pessoas mais felizesnão têm as melhores coisas.Elas sabem fazer o melhordas oportunidades que aparecemem seus caminhos.A felicidade aparece para aqueles que choram.Para aqueles que se machucam.Para aqueles que buscam e tentam sempre.E para aqueles que reconhecema importância das pessoas que passam por suas vidas.O futuro mais brilhanteé baseado num passado intensamente vivido.Você só terá sucesso na vidaquando perdoar os errose as decepções do passado.A vida é curta, mas as emoções que podemos deixarduram uma eternidade.A vida não é de se brincarporque um belo dia se morre.Por Clarice LispectorDag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-86334215476526156482008-09-12T14:53:00.003-03:002008-09-12T15:21:08.097-03:00Tudo Sobre GravidezConforme já é sabido, precisamos assistir um documentário sobre gravidez.<br />Tudo Sobre Gravidez, da Discovery Networks pode ser uma boa sugestão.<br />O documentário traz o desenvolvimento do feto e suas implicações na vida da mãe, abusando de computação gráfica e utilizando linguagem simplificada, embora dando ênfase na questão médica. Possui cenas de exames de ultrasom e até de dois partos (cenas reais).<br />Os aspectos psicológicos não são tratados diretamente, embora possam ser notados, ao se fazer a conexão com a teoria vista em aula.<br /><br />Segue o Link para assitir pelo YouTube. Infelizmente a ordem numérica apontada no site não equivale à real do documentário. Portanto, ele deve ser assistido na sequência a seguir:<br /><br /><br />- Parte 1<br /><a href="http://br.youtube.com/watch?v=7plCIWOUmWA">http://br.youtube.com/watch?v=7plCIWOUmWA</a><br /><br />- Parte 2<br /><a href="http://br.youtube.com/watch?v=-yWfa1VCNrE">http://br.youtube.com/watch?v=-yWfa1VCNrE</a><br /><br />- Parte 3<br /><a href="http://br.youtube.com/watch?v=mIvm8qESH9g">http://br.youtube.com/watch?v=mIvm8qESH9g</a><br /><br /> - Parte 4 (Embora no Youtube conste como parte 6)<br /><a href="http://br.youtube.com/watch?v=GHJk0H7jhlQ">http://br.youtube.com/watch?v=GHJk0H7jhlQ</a><br /><br />- Parte 5 (Embora no Youtube conste como parte 4)<br /><a href="http://br.youtube.com/watch?v=FTZlPHjG_Eo">http://br.youtube.com/watch?v=FTZlPHjG_Eo</a><br /><br />- Final (Embora no Youtube conste como parte 5)<br /><a href="http://br.youtube.com/watch?v=ihDq58SmF-0">http://br.youtube.com/watch?v=ihDq58SmF-0</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-22876780829668076252008-09-10T15:33:00.001-03:002008-09-10T15:37:29.778-03:00Manual para Elaboração de Documentos - CFPAbaixo, link para o manual para elaboração de documentos produzidos pelo psicólogo, entre eles o modelo de <span style="font-weight: bold;">relatório</span> que vamos usar para os Estágios de Observação:<br />http://www.pol.org.br/pol/export/sites/default/pol/legislacao/legislacaoDocumentos/resolucao2001_30.pdfUnknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-74971278942787125062008-09-10T10:57:00.000-03:002008-09-10T10:58:58.843-03:00REDAÇÃO QUE O PROF. ALEXANDRE LEU NO DIA 03/09REDAÇÃO VENCEDORA :<br />“Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela.Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho,e até já brinquei de ser bruxo.Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.Já passei trote por telefone.Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.Já roubei beijo.Já confundi sentimentos.Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda.Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro.<br />Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.Já corri pra não deixar alguém chorando,e fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar,Já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor,mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade.<br />Já roubei rosas num enorme jardim.Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um “para sempre” pela metade.Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.<br />Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:Qual sua experiência?” .<br />Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência… experiência…Será que ser “plantador de sorrisos” é uma boa experiência? Não!Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!<br />Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta:Experiência? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova?”Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-55271786916084066662008-09-01T23:06:00.002-03:002008-09-01T23:09:57.938-03:00LEITURA DO PROF. ALEXANDREColaboração de Marco Salera<br /><br /><a href="http://marcosalera.blogspot.com/2008/08/para-maria-da-graa.html">PARA MARIA DA GRAÇA.</a><br />Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas. Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti. Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca. Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?" Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é o lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira. A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada, e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta. Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo. Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave. A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg yuor pardon!" Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostaria de gatos se fosse eu?" Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! Mas quem ganhou?" É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhaste. Disse o ratinho: "Minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance é só o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria. Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma de gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nosso domínio disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom humor. Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamamos de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões. Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas". Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: é feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.(Paulo Mendes Campos, Para Maria da Graça, in Para gostar de ler; São Paulo, Ática, 1979.)Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-49746236097277947562008-09-01T12:52:00.000-03:002008-09-01T12:53:50.926-03:00Artigo publicado no site psicologianocotidianoUma Análise Lúdica de Totem e Tabu<br />Tatiana Ferreira Peres<br />A psicanálise é um método investigativo que possibilita analisar toda a produção humana, neste sentido, muitos estudos vêm ocorrendo, fazendo uma interlocução entre ela e as diversas formas de manifestações culturais. Atualmente, podemos contar com trabalhos direcionados a pensar a psicanálise e os contos de fadas, filmes, música e etc. Desde os primórdios, as crianças são influenciadas pelas histórias, sejam elas, contadas oralmente de geração em geração, em livros e agora com os filmes. “As histórias infantis ajudam a criança a nomear, entender, aceitar e tolerar muitos elementos de sua vida corporal e mental primitiva. Esta é a base para a sua transformação e crescimento emocional.” <a id="_ftnref1" title="" href="http://www.psicologianocotidiano.com.br/articulistas/articulista50.php#_ftn1"></a>A produção Disney é rica em detalhes que permeiam o imaginário infantil. Cada história é um convite a pensar nas implicações dos elementos da vida que se refletem no sujeito singular. A proposta deste trabalho é discutir os elementos presentes na constituição psíquica do sujeito a partir da análise do filme Irmão Urso. A escolha por este filme se deve ao fato deste apresentar a importância do totem na instauração interna da lei, portanto, da figura paterna e da constituição da estrutura a partir da castração. É claro que o uso do totem é privilégio das culturas primitivas, entretanto, podemos associá-lo ao primeiro estágio do desenvolvimento infantil, considerando inclusive, o uso que algumas crianças podem fazer a partir de alguns objetos. A partir de 1910, Freud começa seus estudos sobre as práticas religiosas e a neurose obsessiva, salientando que a construção social reside nos primórdios da religião, neste momento, surge um interesse maior em compreender a relação da cultura e os povos primitivos. Muitos autores se debruçaram sobre este assunto, entretanto, enquanto eles buscavam compreender a construção social pela antropologia, Freud, apostava no mundo psíquico, portanto, a psicanálise oferecendo subsídios para sua leitura.Em Totem e Tabu, de 1913, Freud faz um bonito relato de suas pesquisas sobre as tribos primitivas, relacionando com os estágios primários infantis, dando uma ênfase clínica sobre a constituição da neurose. Freud em seu texto, explica-nos o que é um totem:<br /><br />Via de regra é um animal... e mais raramente um vegetal ou um fenômeno natural.., que mantém relação peculiar com todo o clã... o totem é o antepassado comum do clã;... é o seu espírito guardião e auxiliar, que lhe envia oráculos, e embora perigoso para os outros, reconhece e poupa os seus próprios filhos...os integrantes do clã estão na obrigação sagrada...de não matar nem destruir seu totem e evitar comer sua carne ou tirar proveito dele de outras maneiras. O totem pode ser herdado tanto pela linha feminina quanto pela masculina. É possível que originalmente o primeiro método de descendência predominasse em toda parte e só subseqüentemente fosse substituído pelo último. A relação de um australiano com seu totem é a base de todas as suas obrigações sociais: sobrepõe-se à sua filiação tribal e às suas relações consangüíneas.... Em quase todos os lugares em que encontramos totens, encontramos também uma lei contra as relações sexuais entre pessoas do mesmo totem e, conseqüentemente, contra o seu casamento. Trata-se então da ‘exogamia’, uma instituição relacionada com o totemismo.Algumas outras considerações tornarão mais claro o significado em desta proibição:(a) A violação da proibição não é deixada ao que se poderia chamar de punição ‘automática’ das partes culpadas, como no caso de outras proibições totêmicas, tal como a existente contra a morte do animal totem. É vingada da maneira mais enérgica por todo o clã, como se fosse uma questão de impedir um perigo que ameaça toda a comunidade ou como se tratasse de alguma culpa que a estivesse pressionando.Pode-se depreender dela, porém, que o papel desempenhado pelo totem como antepassado comum é tomado muito a sério. Todos os que descendem do mesmo totem são parentes consangüíneos. Formam uma família única e, dentro dela, mesmo o mais distante grau de parentesco é encarado como impedimento absoluto para as relações sexuais.<br />O filme se inicia com Quenarre contando aos meninos de sua tribo a história de seu irmão mais novo no momento antecedente ao ritual de recebimento de seu totem. Um ritual de passagem da vida infantil para a vida adulta. Observamos neste momento, a transmissão dos significantes “familiares”, capazes de incluir estas crianças em seu clã.Este momento é celebrado por toda tribo, que espera a Nana (a xamã) chegar da montanha com o totem indicado para o menino Quenai. Nana explica: “Na idade certa o Grande Espírito nos indica um totem como guia. Para se tornar um homem, suas ações deverão estar pautadas por seu totem e quando sua vida for seu totem, deixará sua marca junto aos ancestrais.” O totem de Quenai é o Urso, representante do amor. Após a decepção do garoto, Nana lhe explica que este é o mais precioso dos totens, pois ele reúne todas as coisas. Para Freud, é o amor que impõe um freio ao narcisismo, sendo então um fator de civilização. Em meio ás comemorações, um Urso rouba a cesta de peixes de Quenai e este vai desafiá-lo. Então, para protegê-lo, Sidca, seu irmão mais velho (figura paterna) e Quenarre se reúnem para encontrá-lo. Sidca e Quenarre encontram Quenai com o Urso, para salvá-lo, Sidca quebra o pico gelado da montanha, caindo junto com o urso numa corredeira. Sidca morre. Revoltado com a morte do irmão, Quenai propõe a Quenarre que juntos matem o urso, Quenarre vai contra, explicando-lhe que isto não fará dele um homem e que os espíritos se aborreceriam. Quenai vai sozinho e consegue matar o urso, neste momento, ele é transformado em urso pelo espírito de seu irmão morto. “A violação de um tabu transforma o próprio transgressor em tabu (Freud, 1913) Quenarre chega e imagina que o urso matou Quenai e inicia então uma perseguição, Quenarre parte rumo a vingar seus dois irmãos. Nesta primeira parte do filme, Quenai demonstra onipotência em suas ações, observamos então, o primeiro momento da constituição do sujeito, do narcisismo primário. O sistema totêmico é um organizador social e se tornou a raiz de nossos preceitos e de nossas leis. (Freud, 1913) Apesar dos totens estarem desaparecidos na atualidade, os tabus permanecem com a fórmula moderna do imperativo categórico de Kant. <br />As mais antigas e importantes proibições ligadas aos tabus são as duas leis básicas do totemismo: não matar o animal totêmico e evitar relações sexuais com os membros do clã totêmico do sexo oposto. (Freud, 1913)<br /><br /><br /><br />Nana orienta Quenai a procurar o espírito de seu irmão Sidca, para que ele possa ajudar a consertar seus erros, para tanto, ele precisa seguir em busca da montanha onde as luzes encostam-se ao chão, a montanha dos espíritos. “Certos perigos provocados pela violação podem ser evitados por atos de expiação e purificação.” Freud (1913), ainda conclui que se a violação pode ser corrigida por reparação ou expiação, isto envolve a renúncia a algum bem ou a alguma liberdade, isso prova que a obediência à injunção do tabu significava em si mesmo a renúncia a algo desejável, portanto da ordem da culpa e da castração, o que permite a inserção na cultura e na lei, permitindo que haja a possibilidade da saída do narcisismo primário para o secundário. Quenai parte em busca do espírito de seu irmão Sidca quando é preso numa armadilha, numa atitude “eu dou conta de tudo sozinho” rejeita a ajuda do pequeno urso Coda. Após muita luta para conseguir escapar, Coda o ajuda, entretanto, ele não reconhece esta, acreditando que se soltou sozinho.Quenarre o encontra e não consegue reconhecê-lo como seu irmão, por isso tenta o matar, imaginando que ele era o urso que havia matado seus irmãos. Quenai fica ressentido e surpreso com a atitude do irmão. Neste momento, a dimensão da culpa começa a surgir, por medo de perder seu lugar entre os homens, o que permite que ele siga o pequeno Coda em direção as montanhas onde tocam as luzes. Coda explica que os espíritos são os responsáveis por todas as mudanças na terra.No trajeto, Quenai se mostra impaciente com o pequenino, num comportamento ambivalente de aceitar que ele precisa de ajuda. Coda o leva para a corrida do salmão, no qual todos os ursos se encontram para comer e contar suas histórias.A partir do relato de Coda à comunidade de ursos, Quenai descobre que o urso que ele havia matado era a mãe de Coda. Sente-se culpado e conta para Coda sua versão da história. Coda se afasta de Quenai e este percebendo o mal que havia causado a Coda, vai atrás dele. O que demonstra a saída de narcisismo primário, no qual o outro não existe, para o secundário, no qual há uma ligação, uma relação que precisa ser cuidada.Quenai sobe a montanha e pede ajuda a Sidca, que coloca Quenarre a sua frente, os dois lutam e Coda salva Quenai, neste momento, Quenarre corre atrás de Coda que é protegido por Quenai, então Sidca o transforma novamente em menino, seu mal havia sido expiado.Sidca tira o totem de Quenai que estava amarrado na lança de Quenarre e o entrega ao menino.Como menino, Quenai não compreende mais Coda, ele se sensibiliza dizendo ao irmão Sidca que o pequeno urso precisa dele. Então, Sidca dá-lhe a opção de continuar a ser urso ou menino.Quenarre complementa dizendo: “Não importa o que vai escolher, será sempre meu irmão caçula”.Quenarre termina a história contada para sua tribo, dizendo que o amor é poderoso e que esta é a história de um menino que se transformou em homem ao se tornar urso, neste momento, aparece Quenai colocando sua marca entre os ancestrais. Ou quando na verdade, pode fazer de seu totem sua vida.A dimensão da lei em que todos estão remetidos é o que permite a escolha do sujeito e de seu posicionamento no mundo e nas relações. Na continuação do filme, Irmão Urso 2, Quenai encontra um amor, isto só é possível pela instauração da metáfora paterna, mas isto é assunto para um outro trabalho.<br />Referências Bibliográficas<br />DISNEY, Walt. Irmão Urso. Videolar, 85 min, colorido, sem data.<br />FIGUEIREDO, Luis Cláudio. A metapsicologia do cuidado. Palestra ministrada na Maternidade Escola da UFRJ em 09 de março de 2007<br />Freud, Sigmund. Edição Eletrônica das Obras Completas. Rio de Janeiro, Imago, sem data.<br /><br /><a title="" href="http://www.psicologianocotidiano.com.br/articulistas/articulista50.php#_ftnref1"></a>FIGUEIREDO, Luis Cláudio. A metapsicologia do cuidado. Palestra ministrada na Maternidade Escola da UFRJ em 09 de março de 2007.Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-595349434604395372008-08-30T11:42:00.000-03:002008-08-30T11:45:41.774-03:00RESENHAA RESENHA DO LIVRO SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL,<br /><br />TRABALHO DO PROF. ALEXANDRE<br /><br />DATA PARA ENTREGA 10/09/08Dag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1639062797347225247.post-9701290480963833782008-08-29T16:25:00.000-03:002008-08-29T16:37:05.729-03:00INSTRUÇÃO PARA O TRABALHO DA BERTA<br /><br /><br /><br /><br />DATA PARA ENTREGA DOS TRABALHOS SERÁ A MESMA DO DIA DE APRESENTAÇÃO.<br />NUMEROS DE MEMBROS : DE 4 A 5 PESSOAS<br />TRABALHO : PARTE ESCRITA: EXPOSIÇÃO TÉORICA A RESPEITO DOS CONTEUDOS QUE SERÃO APRESENTADOS ( DEVEM ESTAR DENTRE AQUELES PROPOSTOS NO PROGRAMA DA DISCIPLINA)<br /><br />APRESENTAÇÃO : CRIATIVIDADE E CONTEUDO<br /><br /><br />DATA GRUPO AUTOR<br /><br />18/09/08 MARCIA,JULIANA,RENATA E JEAN. /FREUD<br /><br />09/10/08 BIANCA, VINICIUS, CAMILA. /M.KLEIN<br />09/10/08 ALINE,REINALDO,FABIANA,MARCOS . /M.KLEIN<br /><br />30/10/08 ADRIANA,JOYCE,VITOR,THAIS . /LACAN<br />30/10/08 MARCELLA,CAROL,PAULA E MARCO . /LACAN<br /><br />13/11/08 DAGMAR,ANGELICA,BRUNA,THAISA,FRANCISCA. . /WINNICOTTDag Babohttp://www.blogger.com/profile/06430607189342114515noreply@blogger.com1